A horta individual, foi uma das tantas ações desenvolvidas pelo projeto Floresta viva, na Escola Nossa Senhora de Fátima, Fazenda Boa Lembrança, no Assentamento Manoel Chinês. Este projeto foi avaliado pela coordenação da Educação do Campo da Escola Nossa Senhora de Fátima e observou-se mudanças de atitude em relação ao meio ambiente e ao tratamento, separação e descarte do lixo, tanto nos alunos da escola quanto nas pessoas que fazem parte da comunidade local. Os momentos de estudo, reflexão, atividades e oficinas desenvolvidas nas áreas do conhecimento como: comunicação e expressão, linguagem matemática, ciências sociais, ciências da natureza e artes contribuiram significativamente para a construção da aprendizagem dos educandos. As oficinas de material reciclado e a produção da horta individual realizada inicialmente com a turminha da escola e em um segundo momento com as mães, também foi de grande valia para as pessoas da comunidade e uma alternativa para consumir folhas e legumes isentos de agrotóxicos. Parabéns pelo sucesso na aplicação do projeto Professora Norma.
E para quem gostou da postagem, segue o projeto para ser compartilhado com os colegas educadores.
ESCOLA
NOSSA SENHORA DE FÁTIMA
Professora
Norma Betânia Ferreira dos Santos Vieira
Projeto
Floresta Viva
Tema: O Despertar de uma
Consciência Ecológica
Apresentação/Justificativa:
Atualmente, vivenciamos as
inúmeras ações que o homem vem realizando com práticas de desmatamento, visando
seu próprio proveito, sem se preocupar com as gerações futuras. Essas práticas
têm prejudicado não só as pessoas que vivem neste meio, mais o meio ambiente de
modo geral, partindo desta realidade, foi pensado este projeto, para que os
alunos a comunidade refletir suas
próprias ações.
O presente projeto foi
realizado na Escola Nossa Senhora de Fátima, situada no Projeto de Assentamento
Manuel Chinês, no município de Itabuna-Bahia, envolvendo a professora,
estudantes, pais e avós de alunos.
Objetivo
Geral:
Trabalhar com as temáticas e
atividades sobre reciclagem de lixo, recursos ambientais, o meio ambiente e a
importância da sua preservação, com estudantes da Escola Nossa Senhora de
Fátima, situada no Projeto de Assentamento Manuel Chinês, no município de
Itabuna-Bahia, de modo que sejam desenvolvidos entre os educandos hábitos de
preservação ambiental e reaproveitamento do lixo.
Objetivos
Específicos:
Perceber a importância de
nossas ações no Meio Ambiente;
Contribuir
para a conscientização dos educandos para o respeito ao Meio Ambiente, assim
como da necessidade do reaproveitamento do lixo por meio da reciclagem.
Compreender o porquê das
mudanças climáticas;
Preservar de forma
consciente auxiliando as pessoas da comunidade na conservação do meio ambiente
em que vive;
Metodologia/Ações
Análise
da realidade ambiental na comunidade, estudo e pesquisa dos tipos de amostra de
planta existentes na região feita por meio de pesquisa de campo, entrevistas e
coletas de dados pelos próprios alunos com os moradores do local;
Visita
ao depósito de reciclagem de lixo;
Mostruário
com tipos de plantas encontradas no lugar onde os alunos moram.
Leitura
e contação de história do livro “A árvore e o machado” de Sherney Pereira.
Coleta
seletiva;
Mutirão
de limpeza da represa vizinha à escola com a participação de pessoas da
comunidade;
Produção
de Placas educativas sobre o meio ambiente para afixar próximo a represa;
Oficina
de materiais reciclados, garrafas pets, CDs velhos, latas leite ninho,
tampinhas de refrigerante, retalhos de pano, realizadas no primeiro momento com
mães e pessoas da comunidade, no segundo momento realizado com os educandos;
Horta
comunitária em vaso de garrafa pet;
Visitas
as casas de alunos na comunidade, registrando com fotos, observando os tipos de
plantas e arvores que por ali existem ou já existiram.
Fundamentação teórica:
A
preservação do meio ambiente tornou-se assunto corrente em todos os meios, a
preocupação com as alterações climáticas,crises no fornecimento de água, por
causa da falta de chuva e da destruição dos mananciais, a extinção de espécies
de plantas e animais, o descaso com as nascentes dos rios é a constatação de
que se não fizermos nada para mudar, o nosso planeta se deteriorará de tal
maneira que a vida como conhecemos poderá deixar de existir. Percebe-se a
angústia nos versos dos que amam o planeta e querem contribuir para a
sobrevivência das espécies em extinção.
Queria que o mundo
fosse melhor...
Que o verde fosse
preservado...
Que o homem, em sua
busca incansável,
Encontrasse o
equilíbrio das flores,
Que somente tiram da
terra,
O essencial para a
sobrevivência...
Sherney
Pereira
Em
todo o mundo cientistas e pesquisadores, membros de organizações e amadores se
unem ao redor do planeta para discutir e levantar sugestões que possam trazer a
solução, ou pelo menos diminuir o impacto da degradação causada pelo homem a
cada dia.
O
Assentamento Manuel Chinês está localizado numa região que assegura a
manutenção da Mata Atlântica, que deve ser levado em consideração, consideradas
como um bem comum.
As
florestas existentes no território do Estado da Bahia e demais formas de
vegetação, reconhecidas de utilidade ao meio ambiente e às terras que revestem,
são bens de interesse comum a todos os habitantes do Estado, observando-se o
direito de propriedade, com as limitações que a legislação em geral,
especialmente a Lei nº 6.569/94.
Políticas
Florestais do Estado da Bahia Lei nº6569 de 17 de janeiro de 1994.
Algumas
políticas públicas que visam à conservação do ambiente e a sustentabilidade são
metas de qualquer governante, porém paralelo a essas ações governamentais, todo
cidadão deve ser instruído diariamente e chamados a razão para os riscos ambientais
nas intervenções que é feita na natureza, até nas mais simples ações cotidianas
que impactam o meio ambiente a sua volta.
Dar
destino correto ao lixo doméstico, não descartar sacolas plásticas em ribeiros,
córregos e rios, por exemplo, evitaria que peixes e outros animais morram
asfixiados, proteção das nascentes hídricas evitaria que os rios secassem ou
reduzissem o volume de água, sem falar que a poluição de um rio prejudica
vários animais e várias famílias que dele depende. E temos, ainda, que nos
preocuparmos com a conscientização dos educandos que migram para a cidade, para
que estes estejam conscientes de que precisam evitar os desperdícios, reduzir,
reaproveitar e reciclar alguns utensílios e as demais práticas ambientais, sendo
trabalhados com esses pequenos cidadãos, os danos que todos os dias são
causados ao meio ambiente contribuindo para que no futuro a sustentabilidade
ambiental seja levada em consideração nos assentamentos, fazendas e atividades
econômicas de qualquer natureza.
Conclusão:
O
mais importante de tudo é educar e fazer com que o cidadão comum entenda que
tudo que ele faz ou fará, gerará um impacto no meio ambiente que o cerca. E que
só com práticas e ações que visem a sustentabilidade dessas práticas, estará
garantindo uma vida melhor e mais satisfatória, para ele mesmo e para as
gerações futuras.
Resultados:
A
visita exploratória nas redondezas da escola, contou com a companhia de alguns
pais e avós que deram uma fugida de seus afazeres diários para acompanhar os
filhos e netos. Os alunos bem agitados, olhos atentos e mil perguntas sendo
feitas todas em uma mesma hora, no segundo momento em sala de aula, após a
contação de história “A árvore e o machado” os alunos bombardeavam uns aos
outros, os pais e a professora com questionamentos referentes ao passeio a
fábrica de reciclagem ao meio ambiente e a preservação do mesmo.
As
mães participaram efetivamente de todas oficinas com material reciclados com
satisfação e entusiasmo e já podemos ver algumas práticas adotadas na hora de
dispensar o lixo domestico e fazer as hortas domésticas.
Esperou-se
que com este projeto a comunidade local percebesse a importância de se
preservar o Meio Ambiente iniciando este cuidado pelo próprio lar, a partir daí
criar ações ao redor da escola, na comunidade, no assentamento ao qual eles
pertencem e onde poderem contribuir, pois a conservação implica numa melhor
qualidade de vida, acreditamos que as mudanças de atitude são fundamentais para
sobrevivência do planeta e conseqüentemente dos
seus habitantes.
Referências:
CARTILHA
DE RECOMPOSIÇÃO FLORESTAL DE MATAS CILIARES. Florestas Solo Água nos Rios:
2000.
DALMORA,
Eliane e Pires, Paulo José da Fonseca. Sociedade
e Meio Ambiente. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. Santa Catarina.
Editora Grupo UNIASSELVI.2008.
DIAS,
Genebaldo Freire. Elementos para
capacitação em educação ambiental. Ilhéus: Editus, 1999. 186p.
PEAS.
Educação Ambiental para a Sustentabilidade. Série Caderno de Educação Ambiental
1. Instituto de Gestão das Águas e Clima.2010.
PEREIRA,
Sherney de Souza. A história da Árvore e
do Machado. Ilhéus.Núcleo de Estudos Afro-baianos Regionais.2004.
POLÍTICAS
PÚBLICAS DO ESTADO DA BAHIA. O Futuro de
Nossas Florestas está em suas mãos: Lei nº6.569 de 17 de janeiro de 1994
Decreto nº 6785 de 23 de setembro de 1997. Diretoria de desenvolvimento
Florestal. Salvador.1994.
TRILHA
DAS ÁGUAS. Boletim Informativo do Instituto de Gestão das Águas e Clima.
Janeiro. 2009.
________.
Série Caderno de Educação Ambiental 3. Instituto de Gestão das Águas e
Clima.2010.
VIZENTIN,
Caroline Rauch e Franco, Rosemary Carla.
Meio Ambiente: do conhecimento cotidiano
ao científico. Curitiba : Base Editorial, 2009. 96p.